sábado, 30 de junho de 2012

é aqui que a magia acontece.




     Todos sabem da importância disto para a sanidade mental de uma mulher. Quando estamos deprimidas vamos ao cabeleireiro, quando não sabemos que fazer vamos ao cabeleireiro, quando temos desgostos de amor vamos ao cabeleireiro, quando estamos felizes vamos ao cabeleireiro, quando queremos mudar a nossa vida vamos lá ver por onde podemos começar. Sentar naquelas cadeiras é mais do que uma terapia e mesmo que a mudança seja insignificante a sensação de leveza ao sair daquela porta é enorme. Uns vão à igreja rezar, outros preferem cuidar do corpo para ressuscitar a alma. Não encarem como futilidade, uns vão surfar ou caminhar pela praia outros preferem dar os cabelos ao corte. 
   Às vezes cortamos o cabelo a pensar que tirando esse peso tiramos todo o resto. Outras vezes resolvemos fazê-lo para acompanhar toda a mudança que se passa à nossa volta. 

     Só me resta agradecer à Tia Margarida que faz sempre das minhas idas ao cabeleireiro, histórias com finais felizes.

     Love
     C.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

true love.



     Hoje quando ia trabalhar, com os meus phones nos ouvidos a ouvir e o meu livro adorado debaixo do braço pensava em coisas muito profundas desta vida. Uma delas relativamente o facto de nos fartarmos das pessoas. Eu farto-me das pessoas. Farto-me tantas vezes das pessoas. Das suas manias e frases feitas, dos seus medos parvos e das suas esperanças vazias. Farto-me de mim. Farto-me com frequência de mim. Dos meus sonhos e filmes na hora do duche, dos meus traumas e teimosias. Farto-me de mim de manhã, depois de almoço convivo melhor e à noite volto a fartar-me.
     Imagino se existirá alguém neste mundo de quem nunca me irei fartar. E depois penso. A minha irmã. Embora me irrite solenemente algumas vezes ela é a talvez a única pessoa da qual não me consigo fartar. Farto-me uns 5 minutos e depois passa. Passa sempre e rapidamente porque logo a seguir imagino como seria a minha vida sem ela e fico a sentir-me ainda mais chata do que nos dias em que me farto de mim.
     A minha irmã percebe sempre as minhas piadas mesmo quando não lhes acha piada, diz que não, mas não resiste e a seguir diz logo que sim. Passa a mão invisível na minha cabeça quando eu mais preciso e faz cara de gatinho abandonado para não ter de fazer o jantar. E eu faço sem me importar e sem me fartar. Já viram o quão mágico isto tudo é? 

     Love
     C.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

cartas que não volto a escrever


     Há hábitos que se perderam e me deixam tantas saudades. Um deles é este de enviar cartas. Hoje são os e-mails. Não quero desprezar a sua importância e carácter prático, mas tenho saudades de escrever cartas e recebê-las. Tenho saudades da magia que escrever em papel branco e colocar um folha de linhas por baixo decalcada a preto para ficar tudo direitinho, mas sem linhas. Tenho saudades do cheiro a papel e o sabor a cola do envelope que lambia antes de fechar. Saudades de esperar pela resposta e ir ver vezes sem conta à caixa do correio. Saudades de rasgar o papel do envelope na ansiedade de ver que mistério trariam aquelas linhas. Na verdade o que gosto nas cartas é a surpresa, é a espera e a magia da chegada. Gosto de pensar nelas sempre como boas noticias. 
     Às vezes apetece-me escrevê-las só pelo prazer, mesmo não tendo a quem as enviar ou alguém que tivesse paciência para lê-las.

    Love
    C.

domingo, 24 de junho de 2012

uma aventura na tasca






     Quem não tem a correr nas veias a paixão pela comida não entende o que é passar um dia a ansiar que chegue a hora do jantar para se atirar aos petiscos. Ontem foi assim. Depois de uma tarde de compras e meninas lá fomos a correr para Alfama. Depois de pousar a viatura na Graça descemos a rua da Voz do Operário (onde ainda decorrem os famosos bailaricos de bairro) e fomos à procura da tasca perfeita no bairro mais genuíno de Lisboa. A tasquinha do Vadio ver aqui tem petiscos bons, atendimento de simpatia e tinha mesmo aquilo que nós queríamos comer. Por isso não podíamos ter sido mais felizes. Para terminar em beleza, um espreitadela no miradouro da Graça para ver as luzes de Lisboa e depois fila na barraca de farturas Matos para adoçar o estômago. 

     A isto chama-se felicidade.

     Love
     C.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

perfumes que contam histórias

   
     Tenho uma ligação muito forte com cheiros. De todos os meus sentidos penso que o olfacto é o mais apurado. Esqueçam a visão, que eu sou bem míope e quanto à audição costumo dizer que prefiro só ouvir o que me convém (aliás isto é a minha mãe que afirma). No que diz respeito ao paladar gosto de usá-lo, mas como sou um bom garfo não sou de grandes exigências e esquisitices. Em relação ao tacto prefiro deixar no segredos dos deuses. Assim sendo considero-me bastante observadora e critica de cheiros. Os meus momentos não só têm uma banda sonora com todo um "smell track". 
     Eu gosto de pessoas que emanam aroma quando passam no metro. Pessoas que deixam o rasto onde quer que passem sejam 8h (e tenham acabado de tomar banho) sejam 19h e já tenham revirado meio mundo, mas ainda assim continuem a cheirar a frescura de banho matinal. Gosto de pessoas que são originais a escolher o aroma com que vão conviver todas as manhãs. Gosto de sentir um perfume e saber que tem de ser meu porque é a minha cara. Gosto ainda mais quando as pessoas que me conhecem bem sabem que esse mesmo perfume tinha de ser meu porque eu sou ele em cada pulverizar. 
     Usar e escolher um perfume não é a mesma coisa que usar e escolher uma pasta de dentes. São precisos dias de reflexão e a consciência de que ele vai marcar mais uma etapa, mais uns meses de vida e as histórias desses meses. 
     E as histórias com finais felizes ou cinzentos estão nos perfumes também. Reviver um perfume maldito numa esquina qualquer de uma cidade é o mesmo que sentir o mundo em cima de nós exactamente como foi naquele passado. Sentir um aroma feliz num banco qualquer de espera de uma estação de correios é o mesmo que sorrir como sorrimos naquele momento que antes nos encheu o coração.

     Love

     C.
     

terça-feira, 19 de junho de 2012

era uma vez uma pessoa que adorava fazer anos






     Aqui no meu cantinho gosto mais de partilhar histórias felizes do que finais felizes. Gosto mais de falar sobre o lado bom das pessoas que sobre o mau. Gosto mais de falar por metáforas do que contar os meus dramas de vida preto no branco. Gosto mais de mostrar pessoas que dão a volta por cima do que seres que se queixam de tudo. Gosto de partilhar fotos felizes de aniversários felizes. E este foi. 
     A Diana gosta de fazer anos. Não é fácil fazer anos quando temos a nossa família a 300 km de distância, não é fácil fazer anos quando não podemos ter folga e fugir para um sitio deserto. Na verdade, foi bom ficar aqui, não foi? A receber telefonemas, mensagens e gestos carinhosos. Foi bom saber que os que estão longe não se esqueceram e os que estão perto deram o melhor de si para tornar este dia tão especial. É difícil estar longe de casa, mas é bom saber que a casa veio até nós. 
     E a Didi merece.

     Love
     C.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

sempre gostei de frigoríficos cheios


     Isto deve ser de família. Sempre me passei com a minha mãe por causa da excessiva comida no frigorífico. Ela enchia até não caber nem mais uma formiga e depois era difícil encontrar o que quer que fosse. Mas havia a vantagem de ter sempre muita escolha e isso é óptimo. Agora eu faço o mesmo. Vou às compras e nem consigo lembrar-me que não tenho um frigorífico industrial (infelizmente) e depois para arrumar tudo é o cabo dos trabalhos. Mas eu adoro olhar e ver muita comida e muitas cores. 

     Love
     C.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

o significado das escovas de dentes.


     Acho piada quando leio nos livros coisas do género: "ele deixou a escova de dentes dele na minha casa de banho e isto é grave e sério". Acho estranho a importância que se dá a uma simples escova de dentes. No fundo ela não deixa de ser importante já que é aconselhada por todos os dentistas e mantém a nossa higiene oral em dia, mas não é ela que torna as coisas sérias. A julgar pela quantidade que tenho cá em casa diríamos então que eu sou uma pessoa que leva as relações amorosas e de amizade muito a sério. 
     Mas, na verdade eu vejo as escovas de dentes de outra forma. Servem para lavar os dentes, mas são mais do que um simples objecto. São a forma de mostrar às pessoas que elas são bem-vindas em minha casa. E por isso elas nem precisam de trazê-la, eu mesmo compro um pack delas e ofereço aos meus convidados mais queridos caso eles sintam necessidade. Encontrei na escova de dentes a forma de mostrar aos meus amigos que a minha casa estará sempre de portas abertas para recebê-los.

     Nota: estas escovas não correspondem de todo aos meus antigos namorados.

     Love
     C.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

à hora certa.


     Há três dias que a história se repete. Entro no autocarro ainda a dormir e a pensar como dava tudo para voltar para a cama. Mal reparo em quem está, muito menos se as pessoas se repetem. E sem olhar para quem entra ou sai vou sintonizando a rádio no meu telemóvel, quando já estou acomodada e a ouvir qualquer porcaria de música animada reparo na rapariga sentada à minha frente. Tem o símbolo de espadas (daqueles dos baralhos de cartas que nunca sei identificar) tatuado a vermelho na nuca. Traz sempre o cabelo apanhado e veste-se mal. Não sei se o facto de ser espanhola está ligado com o facto de se vestir mal. E com ela vem sempre um rapaz de cabelo encaracolado e com gel, usa óculos e também é espanhol.
     Há três ou quatro dias que se sentam à minha frente e nunca estou atenta para perceber em que paragem entram, mas saem sempre na mesma que eu. Até aqui, nada de novo. Mas, quando volto para casa ao final da tarde, o que varia consoante a hora em que saio do escritório, se passo ou não no supermercado, se vou beber finos para uma esplanada, eles estão outra vez no mesmo autocarro que eu. Ela sentada mesmo em frente a mim e ele de pé ao seu lado. 
     Pergunto-me se também eles repararam nesta coincidência. Ou se somos todos tão invisíveis nesta cidade que ninguém (além de mim) repara nas pessoas repetidas no metro ou em qualquer outro transporte público. Pergunto-me se há alguma explicação para todos os dias ver aqueles dois no mesmo sitio como se houvesse uma hora certa, marcada no relógio para eu ver aquele símbolo de espadas vermelho à minha frente. 
     E depois penso que realmente não adianta fugir de certos encontros. Se realmente estiver marcado no relógio das coincidências eles vão ocorrer mesmo que nos tenhamos atrasado ao voltar para trás para pesar os legumes que não dão para pesar na caixa ou para buscar uma agenda que deixámos em mesa da secretária.

     Love
     C.

domingo, 3 de junho de 2012

o manjerico está de volta.


     Chegou o mês de Junho. O mês de Junho é um dos meus preferidos e a razão principal são os Santos Populares. Eu sou uma mulher de tascas, de festas ao ar livre com comidas simples e boas, bebidas frescas em grande escala. Sou pelas festas populares, a música em qualquer esquina da rua, as barracas de farturas e de bifanas. Sou pela proximidade, pelos bairros acolhedores e pelas pessoas hospitaleiras. É por todos esses motivos que gosto tanto das Festas de Lisboa.

     Love
     C.

as melhores conversas são à volta de uma mesa com boa comida


     Chego à conclusão que as melhores conversas, sejam elas sérias, descontraídas ou da parvoíce são à volta de uma mesa recheada de boa comida e regada com vinho tinto. Sou uma pessoa que dá imenso valor à hora de refeição e comer sozinha é uma tortura da qual fujo sempre que posso. 
     É que comer cai bem com conversas a meio, pausas para pensar e argumentar qualquer coisa nem que seja estúpida. Comer cai bem com boa companhia e umas boas gargalhadas pelo meio. Geralmente como depressa porque estou quase sempre com fome, mas gosto do vagar de uma refeição especial, gosto de parar para contar uma história e fazer rir os convidados. Gosto sobretudo de ter convidados para jantar e pôr uma mesa grande e bem arranjadinha. Gosto de pensar na ementa, comprar os ingredientes, cozinhar e ver boas reacções ao meu manjar. Esta coisa de receber é muito transmontana e eu herdei-a em todos os meus poros.

     Love
     C.

sábado, 2 de junho de 2012

o amor das sextas-feiras.


     Faça chuva ou faça sol quando dá o toque das 18h ou das 19h de sexta-feira (dependendo do que houver para fazer) lá vamos nós a correr sentar o rabo na relva com a mini na mão para ver o Tejo e sentir a inspiração.

     Love
     C.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Eu também faço Fotografias com Histórias Dentro - por João Jesus


     Na segunda ronda do "Eu também faço fotografias com histórias dentro" quem começa é o João Jesus. Façam como ele e enviem as vossas fotografias e histórias para: fotografiascomhistoriasdentro@gmail.com.

     Love
     C.