Não gosto de transformar este meu cantinho num antro de deprimências por isso nunca me viram aqui falar de crise. Mas hoje tenho de referi-la e acrescentar que é uma filha da puta (é isso mesmo, uso asneiras hoje) e que a odeio. Aliás, odeio todos os responsáveis por ela, sejam eles quem forem, estejam eles onde estiverem só lhes desejo muito mal. E não é porque tenho menos dinheiro na carteira no final do mês é porque graças a esta filha da puta o que era para ser a ordem natural das coisas está a desmoronar-se.
O normal era acabarmos os cursos, termos um emprego lindo à nossa espera, continuar a acordar e ver o sol em Portugal, manter as festanças do fim-de-semana com os amigos de sempre. Depois suceder-se-iam os casamentos para quem quisesse, os filhos, as férias de casais etc. E por causa da puta da crise, vejo os meus amigos a mudar os planos, a ter de partir e sou obrigada a conviver com eles de longe. É reconfortante saber que mesmo a milhas de distancia falamos e vivemos as coisas uns dos outros, mas não é a mesma coisa que abraçar, rir em conjunto e sair por aí para ver no que dá.
A R. não partiu e já tenho saudades de sair para ver no que dá, a M. foi embora há meia de semanas e parece que nunca mais chega a altura de entrar no metro sair na estação do Aeroporto para lhe dar um abraço dos bons. Quero sempre o melhor para os meus amigos, mas ficar longe custa. As despedidas matam-me por dentro e a ausência congela.
Love
C.