sexta-feira, 30 de março de 2012

se for caso disso.


     Às vezes é preciso sentir duas ou três dores seguidas para anestesiar e passar mais rápido. Se for preciso que doa, ao menos que doa tudo de uma vez. Se for para ser duro que a dureza se junte no mesmo prato e assim tenhamos força para "comê-la" logo ao pequeno-almoço sem mastigar, se for caso disso. Se for para acabar que seja com dignidade e coração aberto. Se for para marcar que, ao menos, dê para apagar um dia. E quando esse dia chega é fazê-lo com a mesma força com que se aguentou a dor. Afinal, a Primavera volta sempre!

     Love
     C.

não sei quantas semanas depois...


     ...cai chuva em Lisboa! Com força e vento e só apetece ficar em casa a ver filmes, comer chocolates e trabalhar na tese?! Haja espírito de sacrifício quando já tudo indicava Primavera (até as hormonas)!

     Love
     C.

segunda-feira, 26 de março de 2012

desconfio sempre de quem não se apaixona por Amélie.


     Isto é uma das minhas regras, aliás nem é bem uma regra. Nem sei bem explicar porquê, mas desconfio sempre de uma pessoa que não gosta deste filme. Uma pessoa que não possua sensibilidade para apreciar este guião e todos os pormenores de um dos filmes mais bonitos que o Cinema já produziu, não terá sensibilidade para mais nada. Pode ser só mais uma parvoíce das minhas, mas a verdade é que esta teoria se tem comprovado quase sempre. Que não se goste da língua francesa eu até entendo, mas este filme é muito mais do que isso. É muito mais do que um filme francês, é "o filme". Com uma direcção artística maravilhosa, uma banda sonora apaixonante e personagens que bem podiam fazer parte dos nossos dias. E depois, todos temos um bocadinho de Amélie dentro de nós e isso só pode ser um bom sinal.

     Love
     C.

domingo, 25 de março de 2012

scones e altruísmo.





     Hoje li isto num jornal e fiquei maravilhada, por isso partilho convosco:
     11 maneiras de ser altruísta
     1. Se gosta de fazer bolos ou tem uma máquina de fazer pão, pode confecionar um para os seus familiares, amigos ou até colegas de trabalho.
     2. Dar sangue.
     3. Passar tempo com uma pessoa idosa.
     4.Segurar a porta para alguém passar.
     5. Ceder o seu lugar nos transportes públicos.
     6. Enviar um cartão de agradecimento a alguém que teve um gesto de delicadeza consigo.
     7. Manter a calma durante um momento de stress.
     8. Acompanhar um colega que é novo na sua área.
     9. Surpreender alguém.
     10. Oferecer boleia a uma pessoa que esteja sem carro.
     11. Convidar alguém fora do seu circulo de amigos para se juntar ao grupo.

     Love
     C  

sábado, 24 de março de 2012

a playlist e os amores.


     Há uma linha muito ténue que separa uma playlist e uma paixão. Aliás, eu diria que se cruzam interminavelmente. Já dizia o Rui que "não se ama alguém que não ouve a mesma canção" e como o Rui tem sempre razão tenho de concordar, mais uma vez. E se pensarmos nisso com atenção percebemos o quão desagradável é ter um namorado que não percebe nada de música, que não ouve coisas novas e é incapaz de ouvir alguma música e dizer "esta é a tua cara". É o que chamo de uma infelicidade muito grande. 
     Eu não sei cantar nem toco nenhum instrumento, mas a música está presente na minha vida desde sempre. Lembro-me do meu rádio multicolor e das minhas cassetes amarelas e rosas, lembro-me do vinil e dessas coisas que agora estão todas na moda. Lembro-me de querer vestir uma saia rodada para dançar a lambada e pedir "esmola" a quem veria o espectáculo, como vi uma miúda a fazer no metro. Depois disso os meus gostos musicais mudaram para melhor, julgo eu. Ainda assim tenho dias de ouvir coisas estranhas e dignas de se gozar, mas a música é mesmo isso: um estado de espírito. Haja alguém que acompanhe esse estado de espírito e essa playlist.

     Love
     C.
     

quinta-feira, 22 de março de 2012

elevadores e constrangimentos.


     Se tivesse de falar sobre momentos constrangedores e estranhos, sem dúvida que no top 5 da lista constariam as viagens de elevador. Moro num 6º andar num prédio de 11 andares e 13 apartamentos por andar mais ou menos e, por isso, todos os dias vejo novas pessoas. Todos os dias são novos momentos de constrangimento onde fico na dúvida entre permanecer calada ou falar sobre o tempo ou sobre ultimo vândalo que estragou a porta dos fundos. Quando são crianças é mais fácil, sempre dá para sorrir e dizer Olá menos timidamente. Nunca sei se devo olhar as pessoas nos olhos, olhar para o chão, fazer que vejo mensagens no telemóvel ou olhar para o pouco espaço vazio que me resta. Pior é quando resolvo arranjar o cabelo ou pôr batom e sou surpreendida por alguém a entrar ou quando vou tão distraída e a entrada de um novo "passageiro" é suficiente para me fazer saltar de susto. Enfim, sou uma pessoa estranha em momentos estranhos num elevador.

     Love
     C.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Look inside #5


     Afinal não pintou apenas quadros. Pintou ideias e boas ideias. Passamos a vida a imaginar a nossa lista de coisas que queremos ter e fazer e no final quando as temos ou fazemos a magia perdeu-se. É melhor fazer aquilo que nunca se esperou fazer, no sitio onde nunca se pensou sequer poisar os pés e com a pessoa mais improvável de sempre? Não sei. Continuo a achar que não há receita nem a tal ordem natural das coisas. É preciso fazer quando apetece, muito mais do que quando já se tinha pensado antes que se queria.

     Love
     C.

poesia.


     Hoje é o Dia Mundial da Poesia, não podia deixar passar o evento sem partilhar convosco um dos meus poemas preferidos de sempre. É triste, mas lindo e de certeza que descreve um momento pelo qual todos nós já passámos.

Adeus


Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mão à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras
e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro!
Era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
e eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
no tempo em que o teu corpo era um aquário,
no tempo em que os meus olhos
eram peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.

     Eugénio de Andrade

     Love
     C.

terça-feira, 20 de março de 2012

(re) aprender.


     enquanto o brilho não se funde no longe do escuro, os raios sobrevivem à tona do que é, e a imagem falará sempre mais do que a desconexão do vocabulário. enquanto estiveres aí eu aqui, a vida será sempre na superfície do que somos. enquanto o toque iminente roçar a perfeição ilusória, o cheiro ficará gravado na pele carregada. porque há dias e noites que se esperam durante dias e noites. e serão esses apenas o fim de um começo que gostava que não tivesse fim. restam os espojos do que já foi. ou do que fingimos que foi. ou do que quis que fosse. reaprender a aprender.

     por Diana Tato

     Love
     C

domingo, 18 de março de 2012

porquê, afinal?


     Os domingos aborrecem-me, os dias comemorativos também e ter saudades que nunca se vão matar deixa-me doente. Penso como seria agora se tivesse sido de outra forma. Penso porque teve de ser daquela forma. Penso porquê eu? porquê nós? porquê de forma tão aleatória. Pergunto-me porque temos sempre de perder o que mais amamos sem termos feito nada nesse sentido. Pergunto-me se algum dia este aperto vai passar e deixar de doer. Pergunto, como medo, se alguma dor tão grande como esta se volta a repetir em breve ou se posso dormir descansada. Pergunto como se pára o tempo ou com que sorte do mundo se tem o condão para mudar o final das histórias. 

     Love
     C.

os 24 da Aida.




     Love
     C.

quarta-feira, 14 de março de 2012

as raparigas do Norte.



     "As raparigas do Norte têm belezas perigosas, olhos impossíveis. Têm o ar de quem pertence a si própria. Andam de mãos nas ancas. Olham de frente. Pensam em tudo e dizem tudo o que pensam. Confiam, mas não dão confiança. Acho-as verdadeiras. Acredito nelas. Gosto da vergonha delas, da maneira como coram quando se lhes fala e da maneira como podem puxar de um estalo ou de uma panela, quando se lhes falta ao respeito. São mulheres que possuem; são mulheres que pertencem. As mulheres do Norte deveriam mandar neste país. Têm o ar de que sabem o que estão a fazer.''
     Miguel Esteves Cardoso 

     Eu não diria melhor!

     Love
     C.

a felicidade aqui tão perto.

   
     Quem diz que é difícil ser feliz não se lembra do sol e das pessoas que todos os dias tornam tudo um pouco mais fácil! 

     Love
     C.

terça-feira, 13 de março de 2012

Florbela.


     Porque nunca é tarde para descobrir a poesia, aqui fica um dos meus favoritos: dedicado aos que ainda não descobriram a magia de Florbela e da poesia. Espero ver o filme em breve. 
      Love
      C.

Se tu viesses ver-me...

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...


Florbela Espanca

segunda-feira, 12 de março de 2012

Lisboabyourself.


     Love
     C.

ver Lisboa de cima.

 
     Data de 1901 e nem o Incêndio do Chiado o afectou. Sem ele era mais difícil ver Lisboa de cima e ter umas das melhores vistas sobre a cidade e o Tejo. É de praxe levar lá os amigos que visitam a cidade e cada vez que lá vou gosto mais e mais.

     Love
     C.

domingo, 11 de março de 2012

e Lisboa anoitece assim.


     Meus amores,
     Depois de um fim-de-semana super lin até aos céus, apresento-vos a primeira de muitas fotos que espero partilhar. Os créditos são da Cátia Barros, quem sabe com um futuro promissor na arte de fotografia. Um muito merci às pessoas lins que fizeram deste fim-de-semana o que eu mais precisava neste momento.

     Love
     C.